Como é trabalhar em uma startup

Atualmente, o termo startup se tornou bastante comum, utilizado para designar empresas inovadoras, normalmente ligadas à área de tecnologia, com baixos custos operacionais, cultura organizacional diferenciada dos modelos tradicionais e com boas possibilidades de crescimento rápido. As pessoas começaram a vislumbrar possibilidades e a se perguntar como é trabalhar em uma startup. Como todo negócio, as startups oferecem benefícios, mas também propõem desafios aos seus colaboradores.Neste artigo, abordamos o conceito e como é trabalhar em uma startup, elencando algumas das principais características desse tipo de organização, além de mostrarmos como elas são classificadas com relação ao público-alvo e ao mercado de atuação.

O que é uma startup

O termo startup surgiu nos Estados Unidos, nos anos 90, em razão de uma expressiva alta nas ações de novas empresas de tecnologia baseadas na internet. Ainda que não exista uma tradução oficial para o português, podemos designar dessas organizações como “empresas emergentes”, que têm um modelo de negócio “disruptivo, repetível e escalável”, estabelecido em um ambiente de incertezas. Para a melhor compreensão, vamos detalhar cada um dos termos acima:

  • Disruptivo: pressupõe a quebra de paradigmas e a ruptura com padrões e modelos tradicionais. Um negócio disruptivo é aquele que propõe soluções inovadoras, capazes de impactar e alterar os hábitos e o comportamento das pessoas.
  • Repetível: pressupõe que os produtos ou serviços entregues ao cliente não sejam passíveis de personalização. Um negócio repetível significa o desenvolvimento de soluções únicas e criativas, capazes de atender a muitas pessoas ao mesmo tempo, sem a necessidade de customizações individuais.
  • Escalável: pressupõe o atendimento contínuo às pessoas, sem a necessidade de adequar a estrutura. Um negócio escalável visa incrementar a base de clientes e a receita sem alterações expressivas nos custos da operação.
  • Ambiente de incertezas: uma startup propõe a originalidade e a ruptura com os modelos convencionais. Sendo uma empresa que está lançando algo recente no mercado, é natural encontrar desconfianças, barreiras e obstáculos até que as pessoas possam acreditar, valorizar e aceitar a novidade.

Como é trabalhar no dia a dia de uma startup

Trabalhar em uma startup pode ser gratificante e desafiador. Essas empresas têm foco na solução de problemas não atendidos plenamente pelas organizações tradicionais, sobretudo através do emprego da tecnologia. De maneira geral, as startups valorizam a autonomia, a criatividade e pessoas que tomem iniciativa e assumam responsabilidade por suas entregas e seus atos. Algumas das principais características encontradas no ambiente de trabalho das startups são:

Informalidade

Uma das características mais marcantes das startups é seu ambiente descontraído, onde as pessoas têm liberdade para se vestir e até se comportar de maneira mais informal. A informalidade também está presente na hierarquia, onde gestores e colaboradores dividem a mesma mesa e compartilham responsabilidades. Muitas dessas organizações adotam jornadas de trabalho com flexibilidade de horário e disponibilizam algumas amenidades no local para que as pessoas possam fazer interrupções em seus projetos, descansar, jogar videogame e até tomar uma cerveja durante o expediente.

Colaboração

Da mesma forma que se preocupam com a saúde das pessoas, as startups promovem a colaboração entre seus funcionários como uma das principais estratégias para atingir os resultados. A cobrança tende a ser menor, uma vez que é o colaborador quem define a sua rotina. Além disso, essas empresas optam por locais físicos amplos, de fácil circulação, onde as pessoas podem transitar livremente e interagir com mais facilidade, fomentando a troca de ideias e a criatividade.

Aprendizado

Via de regra, o modelo de negócio de uma startup ainda é um processo em desenvolvimento, em que regras e procedimentos vão sendo construídos ao longo do tempo. Esse é um cenário propício para enriquecer o aprendizado e desenvolver novas técnicas e habilidades. Igualmente, as pessoas são estimuladas a compartilhar ideias, pensamentos e opiniões de maneira constante, de modo a contribuir e agregar mais valor às propostas e projetos.Relacionado: O que são criatividade e inovação e porque são tão importantes no trabalho?

Diversificação

Embora o perfil predominante nas startups seja o de jovens, essa realidade vem mudando e essas empresas têm visto nas pessoas mais experientes uma oportunidade de diversificação do pensamento e a consequente contribuição para trazer novas abordagens ao negócio. Isso faz com que o ambiente se torne mais inclusivo e agradável. A convivência com pessoas diferentes pressupõe respeito e tolerância, que são premissas básicas para se trabalhar em uma startup.

Intensidade

Uma startup é uma empresa nova, que objetiva resolver problemas através de soluções criativas e inovadoras. Para que seja aceita no mercado, se tornar saudável e sustentável, é preciso trabalhar com afinco, sobretudo no início da operação. Ainda que uma startup seja adepta à flexibilidade, produtos, serviços e clientes precisam estar em primeiro lugar. Dessa maneira, ela poderá exigir dedicação e esforço extras de seus colaboradores, no intuito de cumprir prazos e viabilizar projetos.Relacionado: Como resolver problemas de forma eficiente no trabalho

Rotatividade

O quadro de funcionários de uma startup é composto, sobretudo, de pessoas muito jovens, muitas vezes sem grandes experiências ou que ainda têm dúvidas sobre seu plano de carreira. Dessa maneira, a rotatividade de pessoal ocorre com bastante frequência, exigindo que outras pessoas assumam atividades de quem deixou a empresa. Essa questão faz com que a startup tenha que investir constantemente em novas contratações, assim como em treinamento e capacitação, tanto para quem fica como para quem chega.Relacionado: Como criar o plano de carreira ideal para você

Startups x unicórnios

O termo unicórnio também muito presente no cotidiano de uma startup. Essa designação foi cunhada pela investidora americana Aileen Lee, propondo que startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares seriam tão raras quanto o animal mítico. Assim, unicórnios são startups que possuem valor de mercado acima de um bilhão de dólares, determinado por aportes que recebem de fundos de investimentos e que normalmente são angariados através das chamadas “rodadas”. Esse é provavelmente o objetivo de todas as startups, mas a grande maioria não consegue alcançar essa meta. Segundo a StartupBase, o Brasil tem quase 14 mil startups e apenas 20 delas conquistaram o título de unicórnio.

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Classificação das startups

As startups podem ser classificadas de diversas maneiras diferentes, seja por idade, fase, por modelo de negócio, mercado de atuação e público-alvo. Vamos nos concentrar nessas duas últimas métricas para fornecer uma visão mais ampla do funcionamento e operação de uma startup.As startups são classificadas por público-alvo da seguinte maneira:

  • B2B – Business to Business (de empresa para empresa): é a sigla utilizada para denominar empresas que prestam serviços ou vendem seus produtos para outras empresas e organizações.
  • B2C – Business to consumer (de empresa para cliente): é a sigla utilizada para denominar empresas que prestam serviços ou vendem seus produtos diretamente para o cliente final.
  • B2B2C – Business to Business to Consumer (de empresa para empresa para o cliente): é a sigla utilizada para denominar empresas que atuam em parceria com outras organizações para prestar serviços ou vender seus produtos ao cliente final.

Em relação ao mercado de atuação, as startups podem ser classificadas da seguinte forma:

  • Fintechs: é uma abreviação para financial technology, ou seja, tecnologia financeira. São startups que desenvolvem produtos ou serviços financeiros, onde o uso da tecnologia é o grande diferencial com relação às empresas tradicionais. Um exemplo de fintech brasileira bem-sucedida é o Nubank, o maior banco digital independente do mundo.
  • Edtechs: é uma abreviação para education technology, ou seja, tecnologia educacional. São startups que atuam tanto na área de aprendizado e capacitação, como desenvolvem soluções para melhorar a gestão de instituições de ensino. Outro caso brasileiro de sucesso é a Arco Educação, startup focada no desenvolvimento de soluções de aprendizado para alunos da educação infantil ao ensino médio.
  • Heathtechs: é uma abreviação para health technology, ou seja, tecnologia da saúde. São startups que podem atuar na prevenção e no diagnóstico de doenças, no desenvolvimento de produtos hospitalares e serviços médicos, como também na criação de soluções para otimizar a gestão de instituições de saúde. Um exemplo de healthtech promissora é a dr. consulta, que tem o objetivo de atender a população de baixa renda no que tange a exames, consultas e até cirurgias de pouca complexidade.

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